O CAVALO
Ê trem doido viu num dia desses eu tava lá no alpendre só matando o tempo quando escutei o trote firme de um cavalo lá na estradinha era um cavalo vistoso preto feito carvão grandão que só ele no lombo tava carregando uns saco cheio de hortaliça devia ser coisa da roça quem guiava era um homão sabe bruto rustico e sistematico tinha aquele jeito meio invocado de quem não leva desaforo pra casa
Pois bem o cavalo vinha todo imponente mais o movimento na estrada tava meio desandado com uns carro passando ligeiro demais num deu outra um caminhão desses que parece nem caber na rua veio num vapt vupt e pá pegou o cavalo de jeito na hora meu coração gelou aquele animal tão bonito estirado no chão eu só consegui apertar o chapéu contra o peito e praguejar baixinho mas que desgrama
O homem coitado desceu de lá mais bravo que cachorro em dia de mudança xingou o motorista do caminhão de tudo quanto é nome que cê possa imaginar e ainda chutou umas pedra pra longe eu só fiquei ali olhando sem saber o que fazer com aquela tristeza pesando mais que enxada em terra dura o cavalo era tão bonito tão forte e agora nada
No fim das conta a cena fico comigo o resto do dia pensa num trem que corta o peito fiquei ali me perguntando se era destino ou descuido mais uma coisa eu sei a gente se apega até nos bicho que só passa pela nossa vista ô vida cê num tem
dó não né
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